Viana Visão

O
que tenho aprendido com a covid 19!! Estou praticamente um ano e um mês em
casa, nada de lazer fora de casa. Tive princípio de depressão, sensação de
pânico, começo de ansiedade. Comecei o tratamento fugindo das medicações
químicas, busquei alternativas naturais, ou seja, homeopáticas. A insegurança
financeira, e as preocupações são vencidas com esforço positivo. O foco é
vencer a luta contra a doença da pandemia, coloco em mente meu histórico de
saúde. Descobrir que apesar da idade de risco ainda sou forte psicologicamente,
tenho lido muito e escrito. Ser útil humanamente é gratificante, valorizar os
poucos e verdadeiros amigos são um rico desafio positivo. Saber respeitar, e
ser respeitado pelos familiares são uma dádiva surpreendente. Como é bom
conhecer o ser humano, a um ditado que diz “é de onde não se espera é que sai”
novas experiências não tem idade. O mais importante é a humildade a sinceridade
e o desprendimento. O entendimento, compartilhado nas decisões em casa é um
premio especial. A convivência com otimismo é saudável, assim caminhamos para
vitoria contra o covid 19. Não faço planos aprendi deixar acontecer, afinal no
Brasil nada é surpresa. Alimentar ilusões é doença grave, temos que fazer valer
as experiências adquiridas nas observações diárias. Contemplar o rio de
lagrimas tem sido um esforço aterrorizante. O cinismo político, fere a esperança de uma nação respeitada!! Autor:
Viana Visão
Reflexões
Mario Sergio Cortella!! “Há duas coisas na vida que se você guardar você
perde conhecimento e afeto. Se você os guarda eles vão embora. A única maneira
de ter conhecimento e afeto é reparti-los.” Dentro desta filosofia, vamos ler e
divulgar e ser útil. Da balada para a UTI de covid-19. O publicitário Fernando Ramos após ser
contaminado na noite de Brasília grava vídeo com sua experiência no hospital
para tentar evitar que outros adoeçam. Contaminação na balada, quase 20
dias de hospital. Quando a Organização Mundial de
Saúde OMS decretou pandemia em 11 de março de 2020, o publicitário brasiliense
Fernando Ramos, 41 anos, se recuperava do fim de um relacionamento que o levou
a ter crises de esquizofrenia. “Fiquei muito mal”, ele frisa, contando que
tomou medicamentos e foi parar na terapia. Junto a isso, estava sem trabalhar e
estudando para concursos. Portanto, quando à época o Governo do Distrito
Federal proibiu o funcionamento de quase todas as atividades para tentar conter
o avanço do Covid 19. O que conseguiu, na ocasião, Fernando quase não sentiu o
impacto das medidas Só que dois meses depois, por pressão do chamado setor produtivo,
o governo local começou a relaxar e a permitir a abertura do comércio, e bares
e restaurantes estavam incluídos. Por sua vez, Fernando já estava “com a cabeça
no lugar, me aprumando”, e achou que tomando os cuidados necessários, era hora
de voltar a viver e enterrar de vez as cinzas do passado. Caiu em cheio nas
baladas. “Eu tava indo pra tudo, cara. Tentava seguir as recomendações, usar
máscara e álcool gel, mas eu tava indo para barzinho, restaurantes, eventos ao
ar livre e motéis”. Ele prossegue – e confessa sem meias palavras. “Durante a
pandemia inteira, eu beijei, eu abracei mulheres de aplicativo, gente que eu
nunca havia visto”. Às vezes ele ia para a casa dessas pessoas e “tomava um
banho quando chegava”. Pelo depoimento, a prevenção parava por aí. Hoje,
Fernando sabe o quanto pode ser perigoso flexibilizar as atividades com a
transmissão acontecendo. “Não existe meia grávida. Ou você tem lockdown com
restrição total, ou você não tem. Então quando você fala em barzinho,
restaurante e dizem tem máscara, álcool gel, as mesas são separadas… mas aí eu
coloco máscara, vou até a mesa, tem vírus. Vou comer, tiro a máscara, e aí não
tem vírus?”, questiona. E acrescenta que “em todos os barzinhos de Brasília e
cidades próximas, ninguém usa máscara. Alguns respeitam o distanciamento, mas
em outros não há protocolo nenhum, só uma separação de mesas pra inglês ver e
ninguém usando máscara. Eu usava quando precisava ir ao banheiro”. Cair na
balada, mesmo que de máscara e álcool gel e nem sempre, pelo o que ele conta,
não poderia dar outro resultado. Fernando foi parar na UTI de um dos melhores
hospitais particulares de Brasília sorte de quem tem plano de saúde e conta que
pensou que realmente iria morrer em uma noite em que o nível de oxigênio no
sangue, a chamada saturação, caiu para quase 80% esse índice deve ser superior
a 90%. Eu achava que por ter o histórico de atividade física, eu só teria
sintomas leves. Ele diz ter praticamente certeza de que se contagiou em
uma sexta-feira, no fim de janeiro, em um bar chamado Universidade da Cerveja,
em Águas Claras, cidade a 15 minutos de Brasília, famosa por seus arranha-céus.
Ele chegou ao bar para esperar um amigo, e dali seguiriam para outro lugar. Mas
os planos mudaram. O amigo se atrasou no trabalho e decidiram tomar cerveja na
casa dele, quando estivesse liberado. Só que isso ainda demoraria duas horas, e
para matar o tempo, Fernando resolveu esperar bebendo ali mesmo. Como não havia
mesa disponível, o garçom sugeriu que Fernando entrasse e visse se havia algum
conhecido sentado. “Parecia que o universo estava avisando: Cara, não entra
nisso, não entra nisso”, ele lembra, e, hoje, chega a rir do pressentimento que
teve na ocasião. Acabou conseguindo uma mesa pequena e ficou lá duas horas. “Os
únicos que usavam máscara eram os que trabalhavam no lugar” – ele se recorda
disso e do pior: aglomeração e gente dançando. Quatro dias depois, uma
terça-feira, começou a sentir dores no corpo e teve febre. Foi ao hospital, e o
médico que o atendeu quis convencê-lo de que aquilo era estresse muscular
devido ao treino forte na véspera na academia de jiu-jitsu Fernando pratica a
luta há nove anos. Ele bateu o pé e exigiu um pedido de exame, como se, no
íntimo, já tivesse a certeza do que estava acontecendo. O resultado, positivo,
saiu dois dias depois. Confirmada a doença, Fernando garante que ficou
tranquilo, inclusive porque não tinha qualquer doença pré-existente. “Eu achava
que por ter o histórico de atividade física, eu só teria sintomas
leves” Histórico de atleta. Isso lembra alguém? “Eu achava até que já
havia pegado, pois em alguns momentos da pandemia eu tive sinusite, mas tomava
um tylenol e ficava bem. Pensei ‘vai ser bom ter logo de uma vez e ficar
imune’”, relembra. Entre o resultado e a internação foram algumas idas e vindas
do hospital, passando por uma médica conhecida que receitou ivermectina. Chegou
a acordar bem no dia seguinte ao que tomou a medicação, cuja eficácia contra a
covid-19 não tem comprovação. Logo, no entanto, a febre voltou e foi
aumentando, até chegar a 39º e um exame detectar 20% do pulmão tomado. A
internação veio no dia seguinte a este exame, e, numa sexta-feira, duas semanas
após o dia que acredita ter sido contaminado, Fernando estava na UTI com a
saturação despencando, apesar de terem colocado nele uma máscara com 15 litros
de oxigênio. Um médico chamado Rafael ele só sabe o primeiro nome, muito
educado “Mas muito assim ‘na lata’, sabe?”, como define Fernando, disse
simplesmente que ele era o paciente mais grave na unidade. Fernando estava a um
passo de ser intubado. Entre o provável momento de contágio e os primeiros
sintomas, Fernando esteve com duas moças, sendo que com uma delas teve relação
sexual. Esteve também com os companheiros de jiu-jitsu. Ninguém apresentou
sintomas, mas ele acabou contaminando a própria mãe, com quem divide o
apartamento. “Eu não pensava apenas que ia morrer. Eu pensava que ia morrer e
que ia matar minha mãe”, conta. Pensava também que todo mundo no hospital
corria risco por causa dele, porque “havia sido inconsequente, irresponsável e
idiota”, admite sem se poupar de adjetivos negativos. “Eu chorei muito, eu tive
muito remorso, eu revisitei um monte de atitudes minhas, atitude diversas não
apenas em relação à pandemia”, conta, emocionando, depois de ter visto a vida
por um fio. Na hora mais difícil, Fernando, que nunca foi religioso, só viu uma
saída. “Aí eu me apeguei à fé, né? Comecei a orar a madrugada inteira, pro anjo
da guarda, orar Pai Nosso, falando que eu queria ver meu filho crescer ainda.
Eu estava meio enjoado, sem querer comer. Aí no dia seguinte passei a comer na
marra, que nem um doido, levantava e comia a comida fria mesmo”, relembra.
Segundo ele, por muito pouco escapou da intubação. Fernando está na
estatística que revela um aumento no número de pacientes mais jovens abaixo de
60 anos contraindo covid-19 nesses primeiros meses do ano. “O vírus está
diretamente ligado ao movimento das pessoas. E a população que
mais se movimenta são os mais jovens, que são também os economicamente ativos.
Então, somando a uma taxa de transmissibilidade mais alta, você ampliou muito a base dos
infectados”, disse o diretor científico da Sociedade de Infectologia do
Distrito Federal, José Davi Urbaez, ao jornal Correio Braziliense. Urbaez
acrescenta que o aumento de internações dos mais jovens também se deve à maior
circulação de variantes, mas ressalta que este não é o ponto principal. “É
muito simples culpar a variante, como se estivéssemos fazendo tudo certo e a
variante estragou tudo. A variante ocorreu justamente pela circulação
descontrolada das pessoas”, acrescentando, citando como exemplos o que tanto se
temia em dezembro: as festas de fim de ano e o carnaval. Fernando fez
ventilação mecânica, uma espécie de fisioterapia pulmonar, três vezes ao dia
durante duas horas. O normal é 1h30. “É uma máscara que colocam na tua cara e
fica ventando como se você tivesse posto a cara para fora do carro, sabe?”,
explica. Essa ventilação foi fundamental para que ele desse a volta por cima.
“Isso e a minha força de vontade de querer lutar. Eu tenho que sair logo daqui
para poder ficar com a minha mãe se ela ficar nessas condições que eu fiquei”,
relata. A mãe chegou a ser internada, mas seu quadro foi muito mais leve do que
o do filho. Quando perguntamos como ele acha que estaria caso o pior houvesse
acontecido com a mãe, Fernando diz apenas “Eu não sei te responder. Eu não sei
se estaria vivo”. Foram cerca de 20 dias de internação. Minutos antes de
receber alta, ele gravou um vídeo para postar no Instagram, ainda com a roupa do
hospital. Com sua experiência profissional em redes sociais – Fernando também é
escritor e publica trechos de poemas nas redes -, deu um depoimento firme e
tocante contando o que viveu durante aquelas três semanas, chamando
principalmente a atenção para a forma inconsequente como agiu e que o levou a
passar por todo o risco que passou. Fernando luta agora contra as sequelas
da covid-19. “Ando 15 minutos e parece que corri uma maratona”, conta. No dia
seguinte ao que conversou com o #Colabora, foi internado novamente, agora para
fazer uma drenagem em um dos pulmões, porque passou a madrugada tossindo muito,
com falta de ar e com dor nas costas. Mandou mensagem aos amigos pedindo que
enviassem a ele boas vibrações. Seis horas depois, aliviado, contou o problema
pelo whatsapp. “Algumas bolhas que havia no meu pulmão explodiram e o ar delas
estava comprimindo meus pulmões. Por isso a dor no pulmão inteiro quando tossia
por isso a falta de ar. Essas bolhas, segundo os médicos, podem surgir em
qualquer pessoa devido a uma infinidade de variáveis. Entretanto, explodiu e se
agravou devido à covid”. Fernando aprendeu da
pior forma – tomara que seja exemplo para que outros não insistam em aprender
do mesmo jeito. Fonte: Projeto
colabora. Autor. André Giusti. Por Viana Visão